Luta de classes

Fonte:https://radiopeaobrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/03/tempos-modernos-filme-charlie-chaplin-home.jpg

Empiricamente comprovável
Basta olhar pro seu trabalho
E sentir a tensão no ar
Basta pegar um ônibus lotado
E então, pensar
Que poderia ser compartilhado
Como as tribos do passado
E do mato fechado
Antes do banco chegar 
As classes lutam,
O povo alienado
O sacrifício é suado
O trabalhador humilhado
E o tempo continua a passar
Usam a vida como energia 
A ideologia 
capitalista, 
Nos quer enganar,
Diz que a servidão é uma delícia, 
uma tentação,
Que não se pode negar,
Engorda aquele que domestica
O dinheiro é sua garantia
Pra sua exploração nos matar,
Coloca preço na água, nas florestas,
Nas vidas
Nos pescoços dos poetas
Que mal sabem lutar
Que mal vendem seus livrinhos
Escondidos nas bancas de revistas
Jogados nas bibliotecas
Ou ficam famosos, se aceitam as regras
Ou bebem barato vinho
E se embebedam até o sol raiar 
Menos este aqui
Sem mais este vício pra se enjaular 
Mas a luta é mais crua
Literal, direta
Entre as elites:
De diferentes estirpes
Se querem o comunismo
Ou se querem manter seus trambiques, chiques
E seu curral dividido
Só pensam em controlar, em parasitar
Porque quase tudo é máfia, a maioria é bandido
Ainda tem aqueles ingênuos
Confortáveis, porém iludidos
Falta um certo ludismo
Pra quebrar essa máquina de genocídio
Falta uma elite
Rica
Em sabedoria,
Pra nos salvar
Talvez eu queime um pouquinho a minha língua,
E daqui há um milênio,
A civilização tenha se tornado um grande ''sucesso''
A ciência tenha dominado o sistema solar
Mas, a filosofia, continuará com o mesmo eco 
A assoprar
Sobre as profundezas do universo 
Sobre a única e verdadeira certeza 
Essa tristeza 
Se a ferida, a poesia
Do pensamento mais honesto
Jamais for aceita
A seita, que tem sido a cultura humana, 
Não mudará,
Amanhã será como hoje, com esse mesmo drama,
A luta de classes perdurará, teimosia insana,
Até à última ceia terminar