Postagens

Mostrando postagens de maio, 2020

A justiça social é muito maior que o marxismo

A justiça social é muito maior que o marxismo O clamor pela justiça social é tão ou mais antigo que os irmãos Graco, da Roma antiga... por isso que, reduzi-la à ideologia marxista, faz com que percamos sua real dimensão histórica e filosófica, bem como o seu potencial de alcance político. É o marxismo que deriva do ideal de justiça social.  No entanto, amplos setores das esquerdas acreditam e praticam o oposto, o que tem tido consequências negativas sobre a eficácia de suas estratégias políticas. Vejamos como que isso nos tem impactado. Narrativa orgânica versus narrativa artificial É de praxe que partidos progressistas, especialmente os da extrema esquerda, adotem e empreguem uma narrativa marxista para a compreensão das sociedades humanas, usando termos diretamente retirados das obras de Karl Marx, tais como "camaradas", "classe trabalhadora", "donos dos meios de produção" e até o de "operários", classe em franca extinç

Democracismo

Democracismo É a crença exagerada na funcionalidade plena e natural de uma democracia absoluta. É parecido com a crença no livre mercado porque também se baseia na ideia de autonomia total só que do povo em relação às elites, enquanto que no liberalismo econômico é a do mercado em relação ao Estado. Se o Estado não está funcionando corretamente, liberais da economia prescrevem ''elimina-lo'' ou reduzi-lo ao nível mínimo de intervenção sobre o empresariado e suas travessuras. No democracismo, são as elites as eliminadas, pois se pensa que o povo [ou que qualquer nível de povo] é plenamente capaz de autogoverno. Para o liberalismo econômico, acredita-se que um organismo vertebrado, como a sociedade complexa, pode se tornar invertebrado, sem ir se desmontando no processo. O estado aqui tendo como equivalente metafórico o esqueleto. Para o democracismo, crê-se, sem ter essa dimensão explícita e didática, que o organismo ou corpo social complexo possa existir sem sua ca

Política do Amor Perfeito

Política do Amor Perfeito Pela tática política do "dividir para conquistar", o povo é enfraquecido por cisões internas plantadas por minorias inescrupulosas e organizadas para, então, ''governa-lo''. Cruamente falando, assim tem sido a desgovernança humana em sociedades complexas desde há muito tempo. Agora, por minha teoria simples de dominação social, uma elite (de preferência, filosófica), ao invés de dividir/enganar para explorar o povo, lhe faz apenas o bem, tal como em uma sociedade ideal. A partir daí terá como resultado o seu total controle, afinal, não haverão mais razões para revoltas ou convulsões sociais. Eu chamo esse novo, porém, óbvio jeito de fazer política de "Amor Perfeito", em que, pela aplicação integral da sabedoria, o governo será excepcionalmente benevolente e sagaz, preocupado primeiramente com o bem estar e com a evolução da humanidade e  também com sua interação harmoniosa com o meio natural.

O conservador e o filósofo

O conservador e o filósofo Por ser um termo muito vago, conservador requer um conceito com base em sua expressão concreta e histórica.  Curto, grosso e preciso [esqueci do pedante, mas ok] Com base nos comportamentos mais comuns, praticamente característicos, daqueles que se denominam assim.. O conservador,portanto, é aquele que nega o cerne da filosofia, que é a verdadeira religião [e/que se principia pelo ateísmo], quer seja pela adoção de um sistema mitológico de crenças e/ou pela negação de outras verdades absolutas, como a igualdade essencial de todos os seres vivos. Nega a natureza ideal humana, fundamentada em autoconsciência, empatia, racionalidade ou ponderação, o máximo de inteligência/conhecimento que o ser humano pode atingir, o seu estado mais evoluído.  Para o conservador, se o ser humano fosse uma ave, seria proibido de voar. Sendo um, quer que aja como um ''animal irracional'', para que possa continuar sendo o seu fazendeiro, o seu p

Ateísmo, essência conceitual e dois grupos predominantes de ateus

Ateísmo, essência conceitual e dois grupos predominantes de ateus O ateísmo é a descrença em divindades. Basicamente isso. De resto, nada impede que um ateu seja: sociopata, egoísta, imprudente ou um altruísta patológico. Também não impede de acreditar em deuses terrenos, em mitos de carne e osso e/ou a seguirem cartilhas ideológicas rígidas, sem qualquer pensamento crítico. Está aí a razão de me identificar como ateu mas de não me identificar com a maioria dos ateus, porque se dividem em dois grupos predominantes: imorais e ideólogos (este segundo que me parece o mais comum). O primeiro justifica seu ateísmo para agir imoralmente. Parece que a maioria daqueles que relativizam a moralidade, chamando-a de ilusão ou desconhecendo-a, são de ateus, desse tipo. O outro grupo não acredita em deuses metafísicos mas são tão vulneráveis a fanatismos e preconceitos quanto o resto da população, incluindo o tipo imoral de ateu, resultando em seu abraço a "mitos" humanos e/ou segu

Precisão semântica e a confusão entre estética e pragmatismo conceitual

Precisão semântica e a confusão entre estética e pragmatismo conceitual Verdade é o mesmo que conhecimento?? Sabedoria é o mesmo que racionalidade ou que razão?? Pois eu sou da opinião, e que não é apenas uma opinião intuitiva, de que sim, verdade e conhecimento são praticamente a mesma coisa, assim como sabedoria, racionalidade e razão. Mas, então, por que tantas palavras conceitualmente próximas?? Ora, por "mera' questão estética. Mais palavras, mesmo se forem extremamente parecidas em seus conceitos, menos repetitivo e enjoado ficam os textos que escrevemos. Além do excesso de sinônimos, um problema consequente é a confusão entre estética e pragmatismo conceitual. A existência de palavras como alegria e felicidade, serve para dar mais beleza aos textos, mas não devemos perder muito tempo tentando procurar ou inventar diferenças entre elas, já que têm praticamente o mesmo significado. Geralmente são palavras com origens etimológicas e culturais distinta

Diversidade e hierarquia de verdades

Diversidade e hierarquia de verdades Verdade: é a reflexão da ou de certa realidade pela perspectiva de um indivíduo. Realidade: aquilo que existe. Verdade: aquilo que é percebido e/ou descrito da realidade. Verdade é praticamente sinônimo de realidade por ser seu eco, de fora para dentro de uma subjetividade, e até pode ser compreendida como um conceito que amplifica o que é real. A priori, toda verdade é subjetiva porque só pode existir a partir da consciência e/ou percepção de um indivíduo ou ser vivo. No entanto, como é percebida ou sua natureza, faz com que ocorra uma diversificação de tipos que procurarei explicar aqui, de acordo com o meu entendimento, e buscando fazê-lo com base no máximo de precisão factual ou neutralidade ideológica. Verdades subjetivas: são as nossas reações ou sensações que são verdadeiras e, portanto, verdades ou fatos derivados da interação indivíduo x meio. Por exemplo, se eu sinto frio, então, é uma verdade subjetiva porque minha sensação