Prática de autoconsciência (poesia parecidas, e sempre)

Não!!
Não sou eu 
Que estou piscando os olhos pra você 
Freneticamente 
Que estou gaguejando bem na sua frente
Que estou com medo de sair pra rua 
O meu Eu verdadeiro está preso 
Aos meus hormônios, bactérias e genes
Eu sou o meu autoconsciente 
Que me vê do outro lado do espelho,
Espirituoso, vermelho e deprimente  
Não sou eu a minha personalidade
E sua sentença autoimune 
Os meus fósseis bagunçados mandam em mim 
Em toda gente, nos confundem
Vivemos o passado
Como primatas impotentes
Não sou o meu organismo 
Sou eu, um eco, um espírito
Que dobra o pensamento 
Que vive o sentimento
Que é a voz de uma voz
O olhar de um olhar
Não sou Eu que reajo
Estou 

Você não é 

A sua cólica 
A sua dor de cabeça 
A sua imprudência 
A sua maior ou menor inteligência
A sua alegria 
Ou a sua tristeza
Você é e só poderia ser a sua 
Que é a minha 
Sabedoria 
Mas você prefere acreditar na sua esperteza
Mas você não é a sua escolha 
Sexual 
Salarial 
De ideologia
Nem seus sentimentos 
Que são as suas reações 
O ódio não é a sua verdade
Você apenas reage 
Como coceira 
Espirro 
Cócegas
À demagogia 
Que não sente
Se não sente
Culpado
E inocente 

Dois dos meus ideais são a ordem e a confiança 

Mas a humanidade é caos e falsidade 
Logo, eu me transformo em um vulto de esperança
Em busca de minhas poucas metades
Vagando em uma rua deserta
Distraídas na sombra do Sol
Que ilumina a cidade
Pensando ou sofrendo o mesmo que eu
Sentindo a pele nua, a alma liberta
E a hiper-realidade 

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