Metáfora da Matrix

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Metáfora da Matrix

Para explicar a saga da esquerda em compreender a direita e vence-la

Ok, você não é o Neo. Você é um cara comum que num belo dia acordou não apenas para vive-lo mas para saber que é um corpo sendo cultivado numa fazenda gigante de humanos, e sua mente usada como energia para alimentar um sistema opressivo [consumismo]. A trilogia Matrix é uma metáfora para o capitalismo mas também para qualquer outro sistema que oprime e engana sua população, incluindo o fenômeno do falso comunismo ou da ditadura coletivista. Combatentes da resistência contra a Matrix te libertam. Você vai pra Zion, a única cidade de humanos livres da opressão. Ninguém sabe como  destruir a Matrix. Existem apenas teorias de como fazê-lo. Na verdade, ninguém sabe como invadi-la e destruí-la por dentro. No filme, Neo é o escolhido. O único capaz de fazer isso. Sempre aparecem escolhidos de tempos em tempos. Uma espécie de erro da própria Matrix. No filme, claro, este Neo é o último de sua dinastia pois ele consegue chegar no âmago do sistema, como um vírus, e altera-lo pra sempre.

Voltando ao mundo real. Para chegar dentro de um sistema é preciso entende-lo, desde os detalhes. Comunistas e socialistas simplesmente não foram ou não são capazes de fazê-lo, quanto ao capitalismo e ao conservadorismo, porque pra isso é preciso também entender a humanidade. É justamente no aspecto humano que humanistas mais erram pois eles têm uma espécie de fanatismo pela humanidade, acreditando que sua corrupção não é sua culpa, que todos nascem puros e a sociedade os corrompe. Não acreditam na maldade inata, em sua realidade intrínseca. E o que temos?? Humanistas que desumanizam a humanidade com suas conjecturas bem intencionadas tomadas como verdades absolutas, e propõem soluções sempre superficiais que não irão por um fim nos nossos problemas [na verdade, acabam causando novos problemas]. Eles não querem dar o braço a torcer e aceitar um pouco da narrativa do outro lado, em que má índole não é apenas uma reação causada pelas circunstâncias. Eles pensam que colocar a culpa no bandido pé de chinelo, em sua natureza predadora, é o mesmo que dar razão à elite ou ao sistema capitalista, por exemplo. Não tentem mudar a cabeça deles, é quase impossível. Dizer a um professor que os seus alunos não irão se tornar mais inteligentes por sua causa, é como sugerir que sua profissão não serve pra nada. Continuará tendo grande serventia, mas a ciência, neste sentido, é implacável, e mudanças acontecerão acaso um dia essa máxima se tornar corrente. Mas é difícil, meus caros. A esquerda se perdeu, se embananou. Nossos heróis, os únicos capazes de nos libertar do cativeiro babilônico de sempre, quando não são enganados por falsos comunistas, são por si mesmos, por seus próprios preconceitos, por suas incapacidades de aceitarem que não estão certos sobre tudo, que o fascista talvez tenha razão em alguma coisa e que isso não irá dar-lhe qualquer legitimidade a mais. Mas isso parece super difícil de ser compreendido. De um lado, aqueles que confundem ofensa com verdade. Do outro lado, os que confundem sensibilidade com verdade. E nós aqui, moídos, sem saber pra onde correr..

A Matrix continua pulsando, cada vez mais exposta por uma de suas invenções, a internet. Agora eu posso ver com clareza como que o Jornal Nacional manipula a mente das pessoas para que aceitem a tal reforma da previdência como inevitável e desejável. Os podres, antes escondidos pela imprensa oficial, agora podem ser visto, cheirados e lidos por qualquer um, com acesso facilitado.

Mas, as esquerdas continuam incapazes de autocrítica profunda e precisa. Apenas a minha esquerda pessoal, de um indivíduo que sou eu, que é capaz de aceitar erros e partir para propostas de melhoramentos necessários, de atacar as próprias concepções de mundo, de não discriminar absolutamente o que o outro lado pensa, de pensar em sínteses ao invés de achar que antíteses bastam ou confundi-las com essas.

Estou em Zion, mas dentro da cidade existem cisões significativas. Não é como na trilogia do cinema em que a humanidade livre se une para vencer a Matrix. Os ecos dela não apenas chegam ate nós. Não é como no filme, em que existe uma descontinuidade abrupta entre a sua ilusão e a realidade. Estamos, na verdade, separados um do outro, não existe resistência individual sem união coletiva. Resistência de um indivíduo esmagado pela multidão de zumbis é simbólico mas ineficaz. Zion vive dentro de nós, estamos no meio das ruas falsas e junto às pessoas adormecidas. Conversamos com elas, convivemos com elas e com agentes Smiths. Tal como no filme, alguns preferem esperar pelo milagre de aparecer um novo Neo, com seus superpoderes e predestinação, para nos libertar. Mas talvez fosse necessário cada um aprender a se libertar de si mesmo, primeiro,  de seus super egos, esses espelhos enormes que os impedem de aceitar os próprios erros, de repensarem suas concepções arraigadamente ideológicas, que negam a sabedoria do conhecimento. Enfim, de despertaram os ''Neos'' em si mesmos...

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