Família: vínculo biológico e/ou existencial?

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Família: vínculo biológico e/ou existencial?

Família é um termo polêmico [ou polemizado]. Tem aqueles que a definem como um vínculo biológico, como um contrato de procriação e suporte. Dizem que uma família não é completa nem perfeita com a ausência do pai, da mãe ou de filhos.

A expansão [correta] do conceito de família se dá com base em todas as suas possibilidades de existência, desde a dita "tradicional" até às suas formações menos comuns. É apenas uma questão de fazer justiça com conceito e expressão. Portanto, antes de, possivelmente, se constituir em um vínculo biológico, família é um vínculo existencial, em que um grupo de pessoas agrega intimidades e responsabilidades entre si. E esse círculo também pode incorporar seres vivos não-humanos. Se um grupo de amigos decide viver junto passando a estreitar laços de responsabilidade e cuidado mútuos, não é inverossímil chamá-lo de família.

É elementar que o núcleo familiar seja -primariamente- definido pelo vínculo biológico, não apenas por contrato matrimonial e reprodutivo mas também por graus de ancestralidade. Um primo que eu nunca vi na vida é um parente meu, pois faz parte da minha família biológica. Mas, com certeza, não pertence à minha família real ou existencial. Se pai é quem cria, irmão é quem comunga, amigo [verdadeiro] também é parte da família, a partir da perspectiva do indivíduo [o que mais importa].

 Claro que manter a espécie viva é fundamental. A pluralidade de constituições familiares, no entanto, não ameaça àquela definida como "tradicional" se visa apenas completar esse quadro de probabilidades constitutivas. Ainda assim, é notório (porém esperado) que a maioria das pessoas prefiram por seus amigos do que por parentes, apenas pelo vínculo genealógico, por razões que dispensam maiores explicações.

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